Um estudo realizado pelo Instituto Alana, intitulado “O Acesso ao Verde e a Resiliência Climática nas Escolas das Capitais Brasileiras”, trouxe dados preocupantes sobre as condições de escolas de educação infantil e ensino fundamental nas capitais do país. A pesquisa revelou que 64% das instituições estão localizadas em áreas onde a temperatura é, em média, 1°C maior que a da região ao redor, o que pode impactar diretamente a saúde e o desempenho dos estudantes.
Além disso, o levantamento apontou que 37,4% das escolas não possuem áreas verdes, privando crianças de um ambiente mais saudável e de espaços que poderiam contribuir para a adaptação às mudanças climáticas. Em termos de vulnerabilidade urbana, 11,3% das escolas estão localizadas em favelas e 6,7% em áreas suscetíveis a desastres naturais, como deslizamentos de terra, tempestades e incêndios florestais.
370 Mil Alunos em Áreas de Risco
O estudo também destacou que 370 mil estudantes, distribuídos em 20.635 escolas públicas e privadas, frequentam instituições situadas em áreas de risco climático. Isso significa que a educação básica desses alunos pode ser diretamente comprometida por eventos climáticos extremos.
A Região Norte apresenta os maiores desafios nesse contexto. Manaus lidera entre as capitais com o maior percentual de escolas em favelas e comunidades urbanas, onde 53% das instituições estão nessas áreas. Em seguida, Belém aparece com 41% de suas escolas situadas em locais semelhantes, refletindo o impacto da desigualdade urbana no acesso à educação em ambientes seguros.
Impactos na Educação e na Saúde
A ausência de áreas verdes e a exposição a temperaturas elevadas não afetam apenas a qualidade do ambiente escolar, mas também a saúde física e mental das crianças. Estudos indicam que a falta de vegetação pode agravar o estresse térmico, dificultar o aprendizado e aumentar a incidência de doenças relacionadas ao calor.
O estudo do Instituto Alana chama a atenção para a necessidade urgente de políticas públicas que promovam a inclusão de áreas verdes nas escolas, a construção de instituições em locais mais seguros e a ampliação de medidas de resiliência climática.
Um Chamado à Ação
O cenário exposto pela pesquisa reforça a importância de integrar a educação às agendas climáticas e urbanísticas do país. Garantir que as escolas sejam espaços resilientes e adaptados às mudanças climáticas não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também de justiça social e de promoção de um futuro sustentável para as próximas gerações.